A
esterilização é o método cirúrgico através do qual se retiram os órgãos
reprodutores: no machos, os testículos; nas fêmeas, os ovários e o útero. Desta
forma, elimina-se a produção das hormonas sexuais (estrogénio e progesterona
nas fêmeas, e testosterona nos machos), o que evita também os comportamentos
típicos de “cio”. Nas fêmeas, este procedimento
designa-se por Ovariohisterectomia e nos machos por Orquiectomia.
Nas fêmeas, para além da vantagem óbvia
de se prevenir uma gestação indesejada, com a esterilização previnem-se (ou
tratam-se) também, várias patologias, tais como piómetras (infecções uterinas)
ou quistos ováricos. Por outro lado, a realização deste procedimento antes do
primeiro ciclo ovárico (cio) diminui a incidência de tumores de mama para menos
de 0,5%. Uma fêmea não esterilizada apresenta um risco de 25% de desenvolver
tumores de mama durante a sua vida (risco três vezes maior do que nas
mulheres). Regra geral, recomenda-se a esterilização das gatas por volta dos 6
meses de idade e das cadelas entre os 6 e os 12 meses, dependendo das raças. A
principal desvantagem da esterilização consiste no aumento de peso que se
observa em cerca de 26 a 38% das fêmeas sujeitas a Ovariohisterectomia.
Recomenda-se que, após a cirurgia, os animais passem a consumir alimentos secos
apropriados ao seu novo estado fisiológico, e que se mantenha um ambiente rico
em estímulos (para evitar o consumo de comida por “aborrecimento”). A
realização de exercício físico diário (passeios à trela) também ajuda a
contornar este inconveniente.
Nos machos, a decisão de os esterilizar
é, muitas vezes, tomada pelos donos apenas por uma questão comportamental. O
cessar da produção hormonal faz com que, a maioria dos machos, deixe de evidenciar
comportamento de marcação de território (ou nunca o chegue a demonstrar) bem
como, agressividade para com outros machos. No entanto, medicamente falando, a
Orquiectomia tem outras vantagens. No cão, previne (ou trata) o aumento da
próstata que ocorre nos animais mais idosos (hiperplasia benigna). No gato,
reduz o risco de contrair doenças infecciosas (tais como FIV e FeLV), muitas
vezes transmitidas pela mordedura ou arranhadura de outros gatos e reduz o
risco de atropelamento (já que, tendencialmente, afastam-se menos
frequentemente e a menos distância de casa). Tal como nas fêmeas, aconselha-se
a realização deste procedimento por volta dos 6 meses de idade, no gato e entre
os 6 e os 12 meses, no cão. No gato, como principal desvantagem da orquiectomia,
considera-se o aumento da incidência de patologia urinária obstrutiva (cálculos).
No entanto, o consumo de alimentos secos apropriados a machos esterilizados
contraria este aumento, tornando a incidência destes problemas, sensivelmente
a mesma que a que ocorre num gato não esterilizado.